segunda-feira, 31 de agosto de 2009

30 DE AGOSTO: DIA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM CRIANÇAS / NÚMERO DE ACIDENTES COM CRIANÇAS REDUZ EM 17% NO BRASIL, MAS AÍNDA É ALTO



Por Oficina de Imagens, organização integrante da Rede ANDI Brasil

O Dia da Prevenção de Acidentes com Crianças, 30 de agosto, foi instituído para sensibilizar as pessoas acerca do assunto que, apesar de ter dimensões exorbitantes, ainda é pouco reconhecido como um problema pelo poder público e sociedade. Para se ter uma ideia, de acordo com o Ministério da Saúde, 77% dos óbitos infantis devido a causas externas são motivados por acidentes, enquanto 15% acontecem por causa da violência.

Segundo a presidente do Comitê de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Mineira de Pediatria, Marislaine Lumena de Mendonça, o total de mortes por acidentes é maior que a soma dos óbitos por todas as principais doenças que atingem as crianças. Para ela, a falta de informação explica a pouca atenção dada ao assunto. "Os acidentes são a principal causa de mortes entre crianças de 1 a 14 anos e por isso se configuram como um quadro de saúde pública de grande magnitude. Mas essas mortes ainda são muito desprezadas", avalia.

Em 2008, 465 cria nças morreram e 14.078 foram hospitalizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais, segundo Ministério da Saúde. Só no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, 39.005 crianças foram atendidas vítimas de acidentes no ano passado.

De acordo com registros do Ministério da Saúde, o número de mortes por acidentes com crianças reduziu 17% nos últimos sete anos, mas a coordenadora de projetos da ONG Criança Segura, Ingrid Stammer, afirma que a situação é muito preocupante. "Além do número de óbitos ser alto, é preciso pensar que a morte é um dos desfechos possíveis para esses acidentes. As crianças que são hospitalizadas podem ficar com sequelas permanentes, resultando em uma abreviação de vida", explica.

Calcula-se que para cada criança que morre por trauma ocorrem de 20 a 50 hospitalizações e um terço das crianças hospitalizadas evolui com sequelas permanentes.

Segundo as especialistas Marislaine Lumena de Mendonça e Ingrid Stammer, o que é mais alarmante é a constatação de que 90% desses óbitos poderiam ter sido evitados através de ações de prevenção, em que a família proporciona um ambiente seguro para as crianças. "Todo acidente, querendo ou não, é fruto de uma falha no cuidado de alguém. É preciso que se assuma que a cultura de prevenção pode ser positiva. As pessoas pensam que isso nunca vai acontecer com elas e não é esse o caminho", explica Ingrid Stammer.

A pobreza e os acidentes

A falta de informação e de campanhas de conscientização é uma das explicações para o fato de 95% de esses acidentes acontecerem em países em desenvolvimento, segundo o Relatório Mundial sobre a Prevenção de Acidentes com Crianças, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em dezembro de 2008.

Outra razão para esse índice é a falta de infra-estrutura adequada para as crianças. Segundo Ingrid Stammer, essa pode ser apontada como uma das falhas nas políticas públicas em relação ao problema. "A ausência de espaço de lazer adequado para as crianças gera alternativas inseguras para elas brincarem", explica.

A condição social das famílias em países de baixo e médio rendimento também é apontada como a razão para o alto índice, segundo Lumena de Mendonça. "Isso se dá muitas vezes pela baixa instrução, o alto índice de mães jovens e solteiras, o uso de drogas pelos pais, desemprego ou falta o entorno de proteção no lugar onde aquela criança vive", explica.

Acidentes e prevenção

Queda - As quedas representam o maior índice de atendimentos a acidentes com crianças no HPS João XXIII - só no ano passado foram 13.221 casos de crianças e jovens de 0 a 19 anos. Em média, são mais 36 atendimentos diários. Segundo a pediatra Lumena de Mendonça, a prevenção deve focar quedas maiores que 1,5 metros, que são consideradas graves. Deve-se evitar que crianças brinquem na laje de casa ou soltem pipa em cima do telhado.

Queimaduras - As queimaduras matam 11 vezes mais crianças em países em desenvolvimento, segundo Relatório da Unicef, e estão entre as principais causas de morte de crianças de 1 a 9 anos no Brasil. Elas devem ser prevenidas com os devidos cuidados na cozinha, com o fogão, velas, lamparinas, álcool e os "gatos" na rede elétrica.

Intoxicação - A intoxicação acontece quatro vezes mais em famílias de baixa renda. Para preveni-la, deve-se tomar o cuidado ao guardar produtos fora do alcance das crianças e mantê-los na embalagem original.

Afogamento - O afogamento é a segunda maior causa de mortes em crianças até 14 anos. Para preveni-los, devem-se esvaziar os baldes após o uso e colocá-los sempre virados para baixo e não permitir que crianças nadem sem acompanhamento de adultos mesmo que com o uso de boias.

Acidentes de trânsito - Já os acidentes de trânsito que resultam em traumatismo e os atropelamentos são a principal causa de mortes de crianças e adolescentes. A legislação brasileira determina o uso do cinto e da cadeirinha de segurança, além da prudência no trânsito.

Informações fornecidas pela pediatra do HPS João XXIII, Marislaine Lumena de Mendonça.

Legislação

Além da informação, outra forma de se evitar o problema é investir em maior rigidez nas leis. A obrigatoriedade de profissionais da educação que trabalham com crianças terem curso de primeiros socorros, a proibição da utilização do álcool líquido como instrumento de limpeza e a determinação de que fogões sejam vendidos sempre com as bocas maiores atrás já estão sendo discutidos como projetos de lei. Mas, segundo as especialistas, o controle na comercialização de corrosivos ainda precisa ganhar força de lei e a garantia de vagas em creches precisa ser efetivada.

A sensibilização deve abordar também outras consequências dos acidentes com crianças. Segundo Ingrid Stammer, as vítimas ficam marcadas para sempre e sofrem com o preconceito. "Essa criança fica mais receosa em se expor na escola, o que dificulta sua capacitação para o mercado de trabalho. Além disso, a família se desestrutura por ter que conviver com a amargura e culpa pelo acidente. Por fim, há ainda a questão financeira uma vez que o tratamento e medicamento são muito caros", explica.

Fonte: Direitos da Criança
www.direitosdacriança.org.br

Um comentário:

  1. bom dia linda,

    A paz que você reclama e tenta encontrar...
    depende de você.

    A compreensão que você reivindica a cada passo...
    depende de você.

    A bondade que você admira nas pessoas...
    e sonha possuir...
    depende de você.
    O diálogo, base de toda convivência...
    depende de você.

    A abertura que é o caminho para a renovação...
    depende de você.

    A realização que você julga essencial...
    depende de você.

    O amor que você quer encontrar no outro...
    depende de você.

    Pondere:

    Queixar-se ou produzir, atrapalhar ou servir,
    desprezar ou valorizar, revoltar-se ou colaborar,
    adoecer ou curar-se, rebaixar-se ou abrir-se,
    estacionar ou progredir é uma questão de escolha.

    "Depende de você".

    lindo blog.

    ResponderExcluir